.

Matéria publicada no Caderno 2 do jornal A Tarde em 6 set 2016.
Fontes:
CachoeiraDoc reforça visão politizada
http://atarde.uol.com.br/cinema/noticias/1799559-cachoeiradoc-reforca-visao-politizada

Festival CachoeiraDoc destaca atuação da mulher no cinema
http://atarde.uol.com.br/cinema/noticias/1799073-festival-cachoeiradoc-destaca-atuacao-da-mulher-no-cinema

Veja versão em PDFcachoeiradoc2016_atarde.

www.cachoeiradoc.com.br/2016

Issuu – Catálogo completo do festival


CachoeiraDoc reforça visão politizada

Rafael Carvalho

Com especial atenção voltada para a presença e o olhar femininos no cinema, o CachoeiraDoc – Festival de Documentários de Cachoeira começa nesta terça-feira, 6, sua 7ª edição na cidade do Recôncavo,  a 110 km de Salvador.

Até domingo, o evento oferece um mergulho nas mais recentes e provocadoras produções do cinema documental. Foram selecionados 60 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens, a maioria deles inéditos na Bahia. As exibições acontecem no Cine-teatro Cachoeirano e no Centro de Artes Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Dois longas baianos marcam presença na mostra competitiva: Jonas e o Circo sem Lona, de Paula Gomes, que terá sua primeira exibição no Estado; e Noite Escura da Alma, de Henrique Dantas. Ambos já passaram por alguns festivais nacionais e internacionais.

“A questão da representatividade feminina é sempre urgente. E o cinema, enquanto gesto político, deve ser uma janela pra gente olhar para o mundo através da diversidade”, contou Paula. Seu filme observa com carinho a história de um garoto que sonha em manter no quintal de casa o circo que ele mesmo criou.

Cinema politizado
Uma das marcas que o CachoeiraDoc vem solidificando em sua trajetória é a carga de politização através dos filmes e das discussões entre o público, realizadores e amantes do cinema. Nesta edição, as obras continuam chamando atenção para questões urgentes da vida social, com foco na necessidade de resistência.

A questão indígena está presente em filmes como a produção goiana Taego Ãwa, de Marcela Borela e Henrique Borela, e o curta baiano Voz das Mulheres Indígenas, dirigido por Glicéria Tupinambá e Cristiane Pankararu.

O longa Tança, por sua vez, relembra a história de uma antiga escrava que teria vivido 130 anos. O filme é dirigido coletivamente pela Irmandade dos Atores da Pândega e Associação – Quilombola Mato do Tição, de Minas Gerais.

A luta de mulheres negras na sociedade também está presente em curtas como Antonieta, de Flávia Person, e Procura-se Irenice, de Marco Escrivão e Thiago B. Mendonça. Outro curta, Abigail, de Valentina Homem e Isabel Penon, retrata uma mulher que representa uma ponte entre o indigenismo e o candomblé.

A Noite Escura da Alma, de Henrique Dantas, retoma a questão da ditadura militar, revelando histórias e casos que aconteceram na Bahia. “O filme cumpre o papel de tocar no assunto com contundência. A arte é política e a gente não pode se dissociar disso”, revelou Henrique.

Dialogando com esta temática, o filme paulista Orestes, de Rodrigo Siqueira, também reexamina as consequências do período militar, lançando mão de recursos da ficção, baseando-se no texto grego de Ésquilo, para simular um crime atual e discutir o estado de violência da sociedade brasileira.

A linguagem poética também encontra lugar na programação do festival, com filmes como Aracati, de Aline Portugal e Julia De Simone, que acompanha o comportamento do vento na paisagem do interior do Ceará; e #Sem título 2 – La Mer Larme, filme paulista que, entre outras coisas, retrata o mar como construção poética, dirigido por Carlos Adriano.

Realidade e resistência
Em consonância com a temática feminina, o evento oferece um curso de vivência que discute a importância do olhar feminino nos lugares de curadoria de festivais, como modo de legitimação dos filmes. A partir dessa discussão, o CachoeiraDoc apresenta a mostra Com Mulheres, reunindo filmes realizados por cineastas e que destacam o protagonismo feminino.

Além disso, a Mostra Contemporânea apresenta filmes diversos que representam o panorama de produção documental brasileiro. “Com os filmes, seguimos para dentro e para fora do cinema, indo também às escolas e comunidades de Cachoeira e São Félix”, conta Ana Rosa Marques, uma das coordenadoras do festival, reforçando a importância de formar novos públicos para o cinema.

Por essa perspectiva, há ainda a oficina Filmes&Luta – Limites do filme e da vida mesmo, ministrada pelo cineasta Lincoln Péricles – que ainda comparece na mostra competitiva com o longa Filme de Aborto – e o rapper Tomé das Ruas. A oficina pretende discutir as experiências de luta social e de como o cinema costuma representar personagens que moram nas periferias.


Festival CachoeiraDoc destaca atuação da mulher no cinema

A atuação da mulher no cinema será destaca no VII CachoeiraDoc – Festival de Documentários de Cachoeira -, que acontece nos dias 6 e 11 setembro. Para isso, o evento terá mostra com mais de 20 filmes dirigidos e protagonizados por mulheres.

Esse é o maior festival deste gênero no Norte e Nordeste e um dos mais importantes do Brasil.

Serão exibidos 60 filmes no Cine Theatro Cachoeirano e no Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

A programação do CachoeiraDoc é aberta ao público.

Lista dos filmes

#Sem título 2 La mer larme (São Paulo, 2015, 31 min.)
De Carlos Adriano

Foto: Divulgação / A Noite Escura da Alma

A Noite Escura da Alma (Bahia, 2015, 85 min.)
De Henrique Dantas

Aracati (Rio de Janeiro / Ceará, 2015, 62 min.)
De Aline Portugal e Julia De Simone

Foto: Divulgação / Boi na linha

Boi na linha (Bahia, 2016, 17 min.)
De Arthur Dias

Fort Acquario (Ceará, 2016, 7 min.)
De Pedro Diogenes

Grin (São Paulo, 2016, 41 min.)
De Roney Freitas e Isael Maxakali

Foto: Divulgação / Jonas e o Circo sem Lona

Jonas e o Circo sem Lona (Bahia, 2015, 81 min.)
De Paula Gomes

Kbela (Rio de Janeiro, 2015, 23 min.)
De Yasmin Thayná

Para onde foram as andorinhas (São Paulo, 2015, 21 min.)
De Mari Corrêa

Procura-se Irenice (São Paulo, 2016, 25 min.)
De Marco Escrivão e Thiago B. Mendonça

Orestes (São Paulo, 2015, 93 min.)
De Rodrigo Siqueira

Retrato de Carmem D. (Rio de Janeiro, 2015, 21 min.)
De Isabel Joffily

Rio de Mulheres (Brasil, 2010, 21 min.)
De Cristina Maure e Joana Oliveira

Vertières I, II e III (Haiti, 2014, 10 min.)
De Louise Botkay

Foto: Divulgação / Voz das Mulheres Indígenas

Voz das Mulheres Indígenas (Bahia, 2015, 17 min.)
De Glicéria Tupinambá e Cristiane Pankararu

0

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.