Documentário Cuíca de Santo Amaro será exibido na Sala Walter da Silveira entre 1 e 10 de maio

O filme documentário de longa metragem Cuíca de Santo Amaro, sobre o poeta e trovador baiano que inspirou personagens de Jorge Amado, será exibido na Sala Walter da Silveira, entre os dias 01 e 10 de maio, em dois horários, às 16h30min e 19h. Entrada Franca.

Concluído em janeiro de 2012, Cuíca foi selecionado para o 17°. Festival Internacional de Documentários é Tudo Verdade; V Festival do Cine Latino-americano e Caribenho de Margarita (Venezuela); Festival Internacional de Cinema de Arquivo, Arquivo Nacional, RJ; 16ª Mostra de Cinema de Tiradentes, MG; 3°. Cachoeira Doc; VIII Cine Futuro (avant-première em Salvador) e projeto Cinema no Telhado, Luanda Angola/Instituto Goethe.

Realizado com o patrocínio de edital do Programa Petrobras Cultural, o filme teve o projeto de difusão e exibição na Bahia patrocinado pelo Fundo de Cultura do Estado. Graças a este apoio, percorreu todas as regiões da Bahia, em 157 sessões para públicos de universidades, colégios secundaristas e centros de cultura.

Agora Cuíca inicia novo circuito de exibição em outros estados. O programa inclui lançamento do DVD com cinco extras e material pedagógico, lançamento do livro “A Verve de Cuíca” e debate com os realizadores. O DVD será distribuído gratuitamente para escolas, universidades, instituições e grupos culturais locais.

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Jorge Amado e Dias Gomes
Jorge Amado considerava Cuíca de Santo Amaro o maior trovador popular da Bahia e o incluiu em quatro de suas obras: “Bahia de Todos os Santos”, “A morte e a morte de Quincas Berro D ‘Água”, “Pastores da Noite” e “Tereza Batista Cansada de Guerra”. Além de citar o cordelista nesses livros, Jorge Amado criou um personagem inspirado em Cuíca, o Curió, presente em “Pastores da Noite” e em “A Morte e a morte de Quincas Berro D ‘Água”.

Cuíca também inspira Dias Gomes a criar o personagem Dedé Cospe-Rima na peça de teatro que, reapresentada pelo cinema, leva Anselmo Duarte a ganhar a Palma de Ouro em Cannes, com o filme “O Pagador de Promessa (1962). No filme, Cuíca é vivido pelo ator Roberto Ferreira, que criou personagem famosa da Bahia de Cuíca, conhecida como Zé Coió. Um ano antes é o próprio Cuíca de Santo Amaro quem faz a abertura e encerra o filme “A Grande Feira” (1961), de Roberto Pires.

O filme
Cuíca de Santo Amaro é herói e anti-herói. Defensor do povo, voz do escândalo; mas sua poesia sabe também louvar poderosos, seja fazendo cavação ou vendendo “matéria paga”. O filme oferece painel dos seus temas – vistos nos títulos de seus livrinhos de histórias, nas capas e contracapas, nos versos picantes. E rastreia modos de atuação do personagem através de fragmentos de memórias de pessoas que o viram atuar. Mergulho nos arquivos de imagens de Salvador – e do Recôncavo Baiano – anos 1930, 40 e 50 – território no qual Cuíca de Santo Amaro circulava com desenvoltura e exercia o seu papel de cronista social.

cuica-cartazArauto. Anunciador. Anjo torto, da boca torta. Poeta livre. Comunicador nato. O maior comunicador que a Bahia já teve. Performer antes de Salvador virar metrópole. Protótipo do grotesco no mundo da tevê. Instrumento para ataques entre adversários políticos. Aprendiz de feiticeiro, jamais perdia a oportunidade de chantagear e extorquir para publicar ou esconder informações, como continuam a fazer muitos comunicadores e veículos de comunicação em nossos dias.

O documentário, dirigido por Joel Almeida e Josias Pires, sintetiza a pesquisa realizada a partir de relatos orais de 50 pessoas que tiveram algum tipo de contato com Cuíca e de cerca 300 folhetos – os livrinhos de histórias, como foram chamados na sua época – e traz imagens de arquivos de Salvador e do Recôncavo. O filme utiliza também recursos de animação, inspirados num encontro do escritor Orígenes Lessa com o trovador repórter, ocorrida em 10/junho/1953.

Algumas das imagens de época incluídas no documentário eram inéditas, como trechos filmados sob a coordenação de Alceu Maynard de Araújo, em 1947, encontradas na Cinemateca, SP. O filme valeu-se particularmente dos estudos feitos por Edilene Matos, Mark Curran, de indicações do poeta Carlos Cunha e de todos os que compartilharam suas memórias e sentimentos da época.

Cuíca
Cuíca de Santo Amaro nasceu José Gomes no dia 19 de março de 1907, no bairro da Mouraria, segundo registro civil feito por ele próprio, já aos 50 anos de idade. Trovador maldito da poesia popular do Brasil, personagem controvertida, produz entre 1930 e 1963 cerca de mil títulos de livros de histórias, nome que dá aos folhetos que só depois passaram a ser conhecidos na Bahia como literatura de cordel. Morreu em 23 de janeiro de 1964.

FICHA TÉCNICA
Direção – Joel de Almeida e Josias Pires
Produção Executiva – Adler Paz, Bau Carvalho e Lula Oliveira
Direção de Arte – Ian Sampaio
Montagem – Bau Carvalho
Direção de Produção – Luciana Freitas e Marise Berta
Direção de Fotografia – Paulo Hermida
Direção Musical – Tuzé de Abreu
Som direto – Rodrigo Alzueta e Napoleão Cunha

2012 – 75 minutos

Site do filme: www.cuicadesantoamaro.com.br

Página no Facebook: facebook.com/cuicadesantoamaro

Busca do Google: http://tinyurl.com/qxl9jja

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