a_tarde_panorama2016-thArtigo do crítico de cinema Adalberto Meireles, publicado no jornal A Tarde de 22 out 2016, sobre XII Panorama Internacional Coisa de Cinema, que acontece de 9 a 16 de novembro em Salvador e Cachoeira.

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Panorama Coisa de Cinema vai exibir 30 filmes baianos

Adalberto Meireles

Em um universo de 1.172 inscritos no XII Panorama Internacional Coisa de Cinema, que acontece de 9 a 16 de novembro em Salvador e Cachoeira, a Bahia aparece com 30 selecionados. São oito longas e 18 curtas que participam da Competitiva Baiana e mais dois longas e dois curtas na Competitiva Nacional.

A organização do festival acaba de divulgar os selecionados baianos.  Entre os concorrentes, na categoria longa,  há desde nomes como Bernard Attal, com A Finada Mãe da Madame,  e Henrique Dantas, com A Noite Escura da Alma, que já tiveram filmes lançados no circuito comercial do país, a jovens e promissores egressos dos curtas.

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A Finada Mãe de Madame é um dos concorrentes entre os longas

 

Edson Bastos e Henrique Filho concorrem com A Professora de Música; Sophia Mídian com Do Corpo à Caxirola; Leon Sampaio,  Gente Bonita; Deo, Perdido em Júpiter; Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge (Ridículos) e o coletivo Inconsequências com Xorume. Acrescentem-se os dois longas já anunciados que integram os oito da competitiva nacional: Jonas e o Circo sem Lona, de Paula Gomes, e Um Casamento, de Mônica Simões. E os curtas Interdito, de Leon Sampaio, e Ótimo Amarelo, de Marcus Curvelo.

“Estou percebendo que existe um desejo muito forte de filmar, acho que  este é o primeiro passo”, afirma o cineasta Cláudio Marques, idealizador e organizador do festival  que este ano selecionou cerca de 140 filmes distribuídos, além das competitivas, em várias mostras paralelas. “Eu tenho sentido que o nosso cinema está começando  a se desvencilhar mais da televisão, do teatro, acho que a gente está ganhando uma linguagem cinematográfica mais contundente”, completa.

 

Destaques
Entre os títulos da competitiva nacional, ele diz que ficou muito emocionado em ver o novo filme de Eryk Rocha, Cinema Novo (RJ), o de Marília Rocha, A Cidade Onde Envelheço (MG/Portugal), grande vencedor do festival de Brasília 2016, que “acho belíssimo”, além de Rifle (RS), de Davi Pretto, e o trabalho do pessoal do Alumbramento, do Ceará, O Último Trago, de Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti.

A Mostra  Clássico é também um destaque. Serão exibidos alguns filmes em 35mm, como O Homem Que caiu na Terra (1976), de Nicolas Roeg –  “acho isso muito importante para a nossa cinefilia, a gente não perder a textura da película”. Também Estranhos no Paraíso (1984), de Jim Jarmusch, e Mamma Roma (1962), de Pier Paolo Pasolini, em cópias restauradas, em DCP, dentre outros como Morangos Silvestres (1957), de Ingmar Bergman, Fitzcarraldo (1982), de Werner Herzog, e Mélo (1987), de Alain Resnais.

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Babenco
Outra mostra marca a homenagem ao argentino-brasileiro Hector Babenco, que morreu no último mês de julho, com títulos consagrados. Pixote – A Lei do Mais Fraco (1981) e O Beijo da Mulher Aranha (1985) fazem parte do cardápio do festival que será aberto, no dia 9, com um dos filmes mais comentados do circuito dos festivais brasileiros da última temporada: Martírio,  escolhido pelo júri popular no Festival de Brasília, segundo de uma trilogia realizada pelo indigenista e documentarista Vincent Carelli.

O baiano Sérgio Machado, que em 2015 abriu o Panorama com Tudo Que Aprendemos Juntos, este ano fecha a maratona com A Luta do Século, escolhido melhor documentário do 18º Festival de Cinema do Rio, sobre a rivalidade de mais de 20 anos entre o boxeador baiano Reginaldo Holyfield e o pernambucano Luciano Todo Duro, que novamente se encontraram no ringue durante as filmagens.

No festival será lançado ainda o livro 100 Melhores Filmes Brasileiros, organizado pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) e publicado pela Editora Letramento em parceria com o Canal Brasil. A obra reúne uma centena de artigos escritos por críticos sobre os mais importantes títulos (curtas, longas, documentários e ficção) produzidos no país.

Mesa de debates
Em um dia será exibido Superoutro (1989), um dos títulos contemplados, com a presença do diretor Edgard Navarro, e no outro acontecerá o lançamento propriamente dito com uma mesa de debates integrada pelos críticos baianos que escreveram ensaios para o livro: Amanda Aouad, Adalberto Meireles, Adolfo Gomes e Rafael Carvalho. “Acho importante estar cada vez mais perto da Abraccine. Vai ser muito bom para a gente falar sobre a evolução do cinema brasileiro”, afirma Cláudio Marques.


Veja programação e acompanhe notícias sobre o festival em

coisadecinema.com.br/xii-panorama

facebook.com/CoisadeCinemaPanorama

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