Realizado no dia 30 de novembro no auditório Zélia Gattai, na UniJorge da Av. Paralela, o I ENCONTRO DE ROTEIRISTAS E PRODUTORES BAIANOS reuniu um público de estudantes e profissionais do audiovisual que assistiram as apresentações e debateram diversas questões com os participantes das quatro mesas temáticas.
MESA TEMÁTICA 01: WEB-SÉRIES: Roteiros e Tendências
Tendo como mediadora a roteirista Amanda Aoud, a primeira mesa do dia contou com Raoni Oliveira, publicitário, diretor geral do portal Liga dos Baianos, Anderson Soares, coordenador e professor de cinema do projeto Cine Art’s, e Eliane Vasconcelos, produtora cultural (foto acima).
Houve uma ampla discussão sobre a diversidade de plataformas, pontuando-se as particularidades para vídeos feitos para a web ou para a TV, como o tempo mais adequado para um ou outro formato, os vários tamanhos de tela e até mesmo a disposição do espectador a depender do ambiente em que se encontra.
REGIONALISMOS – Webséries podem ser vistas em qualquer lugar do planeta. Assim sendo, é aconselhável ou não carregar no sotaque? E quanto ao uso de piadas que só os locais entenderiam? Questões que não têm respostas definitivas e que vão depender de cada projeto e do público que se pretende atingir. Enfim, uma série de dúvidas que marcam o momento de transição e hibridismos em nos encontramos, abrindo espaço para experimentações.
MESA TEMÁTICA 02: O roteirista independente e as atuais perspectivas profissionais na indústria do Audiovisual
Com mediação do roteirista e organizador do evento, Gustavo Erick, a mesa foi composta por Iara Syndestricker, diretora regional da A.R. – Associação dos Roteiristas de Televisão, Cinema e Outras Mídias (à esquerda na foto acima) e Carollini Assis, roteirista e presidente da ABCV–ABD/BA.
Carollini contou sua experiência e falou sobre o mercado para roteirista, que não precisa ficar resumido à cidade em que reside. Por trabalhar com texto, transferir arquivos em formato doc via internet torna-se muito prático, tornando possível desenvolver trabalhos à distância para outros estados ou países.
Yara enfatizou a importância da representação de classe através de associações. No caso específico falou sobre as ações da AR – Associação dos Roteiristas de Televisão, Cinema e Outras Mídias, em cujo site podem ser lidos artigos, entrevistas, uma tabela de remuneração para roteiristas e diversos outros materiais para informação e estudo.
http://www.artv.art.br
MESA TEMÁTICA 03: Produzindo séries de televisão para a indústria nacional: desafios e oportunidades
A roteirista Amanda Aoud voltou a atuar como mediadora para a mesa formada pelo realizador e Sócio da produtora Origem Comunicação & Cultura, Ducca Rios (à direita na foto acima), e por Amadeu Alban, Sócio Diretor Criativo da MOVIOCA.
Diante da revolução que vem acontecendo no mercado brasileiro após a promulgação da Lei 12.485, a chamada Lei da TV Paga, aumentou a busca dos canais da TV por assinatura por produções nacionais. No entanto o caminho não é tão fácil para quem está fora dos grandes centros. Amadeu comentou que bater à porta de canais menores, como Art1, Bis e Off, é uma boa opção para entrada no mercado da TV fechada, já que estão mais próximos e apresentam uma estrutura hierárquica mais leve, ao contrário de canais como a Fox e Turner, que têm sede central nos EUA e trazem uma série de imposições que dificultam o acesso a quem está começando. Sem esquecer a TVE Bahia como parceira fundamental para o crescimento da produção independente local.
Dando ênfase às séries de animação para TV, Ducca mostrou-se preocupado com a falta de capacitação na Bahia para o desenvolvimento de projetos de animação maiores, como longas e seriados, já que estes formatos necessitariam de uma boa quantidade de animadores.
DESCONTINUIDADE
Ducca apontou também o problema da descontinuidade de projetos promissores, como o edital estadual para desenvolvimento de séries de animação, que contemplou cinco obras, mas que não teve prosseguimento na segunda gestão do governo do estado. A indústria audiovisual é um dos setores que pode gerar mais empregos através de sua extensa cadeia produtiva e forte retorno econômico, social e cultural.
Até que um político entenda o alcance e representatividade do audiovisual para o estado, ocorre uma mudança de gestão e todo um trabalho de explicação sobre como funciona o setor precisa recomeçar do zero para que o novo dirigente venha a compreender e tenha interesse em investir na área. É o eterno Mito de Sísifo.
Apesar de toda a situação calamitosa pela qual (particularmente) Salvador vem passando nos últimos anos, Amadeu ressalta que a Bahia tem seu ligar especial no imaginário do público de outras regiões do país.
MESA 4 – Roteiros em outras plataformas – experiências em Games e Quadrinhos
A última mesa do dia foi mediada pelo roteirista Paulo Trocoli e contou com a participação do roteirista Gustavo Erick ( à esquerda na foto acima) e do jornalista e roteirista de HQs Marcelo Lima (à direita).
Gustavo falou sobre o processo criativo e de produção para games, apresentando alguns trabalhos que vem desenvolvendo no grupo de pesquisas Comunidades Virtuais, na UNEB. Marcelo é um dos poucos roteiristas específicos para Quadrinhos na Bahia. A partir de projetos desenvolvidos por meio de editais ele vem conseguindo ter acesso a editoras e participando de eventos nacionais e internacionais. Seus trabalhos podem ser vistos em http://issuu.com/roteirizandohq.
2014
Como o próprio título do evento sugere, a intenção é que em 2014 seja realizado o II Encontro Baiano de Roteiristas e Produtores. Já na segunda quinzena de janeiro/ 2014, está confirmada a OFICINA DE ROTEIRO: ESCREVENDO UM PILOTO DE SÉRIE DE TV. Outras ações estão sendo preparadas e novas informações serão publicadas no site http://roteiristasprodutores.wordpress.com
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